Primeira vez Mãe #2
Desde o ínício que esta gravidez não é fácil. Não me sentia bem, nada bem, mas como é a primeira e ouvia toda a gente à minha volta dizer que era tudo normal no primeiro trimestre, tentei encarar a coisa com o máximo de normalidade possível e adaptar-me.
Pois... o final do primeiro trimestre, por norma, é uma vitória, é quando as grávidas gritam ao mundo "Vou ter um bebé", sentem-se aliviadas e por aí fora. Comigo, funcionou ao contrário. Primeiro não aguentei guardar a notícia para mim e fomos dizendo a toda a gente, gradualmente, desde o dia que soubemos. No dia a seguir a terminar o primeiro trimestre apanhei um susto. Dores e sangue. Fui recambiada para as urgências. Repouso. Uma semana deve chegar. Ao final de uma semana, ainda não me sentia bem (como sentir-me bem, quero dizer, como antes de ter apanhado o susto), mais uma semana. E assim se foram passando as semanas e ainda bem que assim foi (gradual) porque pude perceber por mim própria, não só, que não tinha capacidade para regressar ao trabalho, mas também porque me fui habituando a um estilo de vida que não é nada fácil, que não tem nada a ver comigo e que teve perto de me levar à loucura, por algumas vezes.
Diz o médico que uma próxima gravidez pode não ter nada a ver com esta. Espero que sim. Não queria nada ter só uma filha e assim vejo uma luz ao fundo do túnel.
Estar de castigo em casa tem coisas más, sim, muitas. Mas otimista como sou, também vejo coisas boas, claro, como o facto de ser uma pessoa stressada e com um ritmo de vida acelarado e esta é a única forma de me obrigar a ter uma gravidez calma e tranquila.
Dizem que as mães de primeira viagem, por norma, só sentem o bebé a partir das 18 semanas de gestação. As de segunda viagem, em diante, mais cedo. Pois acredito que seja verdade, mas isso é para as grávidas "normais". Eu estive de cama, super atenta a todos os sinais do meu corpo e da minha bebé e tenho a certeza que a senti muito antes disso. Uma sensação muito ténue, como se fossem umas asinhas de borboleta a baterem na minha barriga por dentro, como se fosse um sinal dela, a dizer-me "mãe, estou aqui e estou bem", quando estava mais assustada. Ninguém acreditou em mim, a não ser o pai da criança, que via a minha convição e satisfação por sentir a primeira vez a nossa filha. Bem, acreditou até eu tentar confirmar com o médico que podia ser possível e ele torcer o nariz. Aí passou para o outro lado, para o lado dos céticos, o sacana! Não faz mal, enquanto ela está a crescer na minha barriga não há ninguém que compreenda o que se está a passar como eu. Sei que a senti desde muito cedo e que foi ela, com esse episódio, que me deu força e otimismo para ultrapassar aquelas semanas assustadoras. Obrigada filha!
Mini barriga de 12 semanas.
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