É isto!

Primeira vez Mãe #4

Há coisas que nunca nos dizem antes de engravidar, outras que idealizamos e ainda outras que se revelam peanuts. É daquelas coisas que só mesmo passando pela experiência é que compreendemos e somos capazes de dar o devido valor.
Por exemplo, consigo agora compreender as mães que, nos primeiros tempos, deixam de ser mulher e passam exclusivamente a serem mãe. Não me quero tornar nessa super mama, mas também longe de mim tecer qualquer tipo de crítica pois, como disse, entendo perfeitamente o que leva a isso e acho que é muito fácil para qualquer mulher deixar-se levar por essa posição.
A partir do momento que engravidamos abre-se um novo mundo. É um cliché, mas não podia ser mais verdade, deixamos de ser só nós. Temos uma mini pessoa a crescer dentro de nós, que depende de nós para sobreviver e que é parte de nós. Isto é brutal!
Então caí em nós a responsabilidade de sermos o melhor possível para a mini pessoa, e começamos a procurar toda a informação necessária para que isso aconteça. Desde cuidados pré-natal, passando pela importância da alimentação durante a gestação, até ao tipo de creche que queremos que ela frequente e educação que queremos dar. Se por um lado 9 meses é muito tempo, por outro, e tendo em conta que quando a criança nasce já temos os planos mais ou menos estruturados (pelo menos em teoria!), os 9 meses são curtos para tanta coisa!
Sempre achei que a gravidez iria ser um processo complicado e doloroso para mim, mas num sentido completamente diferente. Na realidade eu sou uma grande maricas. Sempre o fui. Adiei durante 5 anos a vacina do tétano para fugir da "pica", tirar sangue só em última das últimas instâncias e se vejo um bocadinho de sangue à frente, segurem-me porque é certinho e direitinho que vou desmaiar.
Mas nós temos a capacidade de nos supreender a nós próprios, principalmente se pintarmos o pior cenário possível. Por isso, no que diz respeito ao controlo habitual da gravidez, posso dizer que não tem sido nada do outro mundo. Fiquei agradavelmente supreendida por ter de tirar só 3 vezes sangue, ao longo dos 9 meses, mas na verdade já lá vão 4 vezes e ainda falta pelo menos mais uma e só tive perto de desmaiar UMA vez! Uhuh... Vitória!! Esta foi a experiência peanuts.
A experiência que idealizamos, no meu caso, é demasiado óbvia. Idealizava continuar a minha vida normal, mas barriguda. Fiz planos, por exemplo, de continuar no yoga até ao último dia, a minha chefe quando soube que estava grávida disse-me para passar o último mês em casa, que era importante para a mãe e para a bebé, ao que eu respondi que não, que gravidez não era doença e que iria continuar a minha vida normal. A única coisa que desejava que não acontecesse era que rompessem as águas num sítio público, isso é que não. Idealmente, tinha de ser no conforto da minha casinha e de preferência no banho, para não sujar nada!
Agora aquilo que nunca nos dizem é mau, sim é verdade, é mau e só quando começamos a pesquisar melhor e a questionar é que começamos a perceber a nojice de algumas coisas. Não vou entrar em pormenores, mas para quem não sabe/ passou por uma gravidez, e quiser saber, aviso já que não basta perguntar a alguém que já passou por isso. No meu caso, no meu trabalho tenho mais mães do que não-mães, por isso as conversas giram muito à volta de bebés. Há mais ou menos um ano eu perguntei-lhes qual era a pior coisa da gravidez. Ok, recebi respostas normais, como o parto e etc. Depois perguntei o que é que era de facto a coisa mais nojenta de toda a gravidez e que nunca se fala sobre isso. Tive de insistir 2 ou 3 vezes mas obtive A resposta. E que nojo de resposta! Posso dizer que ainda não passei por isso e por isso tenho a ténue esperança que se revele peanuts e não seja a nojeira com que estou a contar... Blah!