terça-feira, 30 de abril de 2013

Primeira vez mãe #8


Não sei como funciona uma gravidez "normal", mas presumo que os dias de boas notícias preencham o dia de qualquer mamã. No caso de uma gravidez "anormal" posso garantir que são estes dias que nos injetam uma energia extra para aguentar mais uns tempos. É quase como se fosse um balão de oxigénio. O processo funciona como um ciclo vicioso, de 4 etapas. Passo a explicar:

Etapa 1: recebo uma boa notícia, vejo a C. numa ecografia ou tenho consulta com o médico, que tem a capacidade divina de me tranquilizar, sem grandes explicações. Fico com o dia feito e suporto as dores e desconforto com outro ânimo.
Etapa 2: à medida que o desconforto, dores e noites sem dormir prosseguem, os níveis de energia e ânimo vão baixando progressivamente.
Etapa 3: não consigo pensar em mais nada senão o quanta falta me faz dormir, o quanto desconfortável estou, o quantas coisas podia e queria fazer e não posso. Peço, constantemente, 24h seguidas sem dores.
Etapa 4: desespero total. Sinto que não aguento mais e tenho momentos de loucura em que prefiro que ela nasça já e acabe com este sofrimento. Como devem calcular, chicoteio-me mentalmente, variadíssimas vezes, por ter este tipo de pensamentos!

E assim voltamos à etapa 1!
Hoje fui à última eco de monitorização, para além de ver a minha bebé, fiquei a saber que ela está bem e aumentou o percentil (uhuh!!!). A cereja no topo do gelado (ando mais numa de gelados do que de bolos) foi quando ela virou a carinha dela para nós, começou a abrir e fechar os olhinhos e a deitar a língua de fora.

Hoje estou feliz. Duplamente, porque apesar de só ter dormido 5h, não tenho dores. Mas se elas vierem, que venham, estou cá para as receber e suportá-las o tempo que for preciso. Apesar de nestas alturas sentir que aguentava mais 9 meses disto, sei que isso é uma grande aldrabice, mas é como me sinto hoje!

No final da semana já me vou começar a mexer devagarinho e a sair, o que também me vai dar outro ânimo.
O pai da criança sentiu hoje pela primeira vez a ansiedade e nervosismo de estarmos tão pertos. Eu tenho momentos, mas ainda não estou em mim. Acho que nunca vamos estar preparados, mas também acho que nunca ninguém está. A única certeza é que, no máximo, daqui a 2/3 semanas ela vai estar connosco e isso preenche o nosso coração.

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