segunda-feira, 6 de maio de 2013

Coisas menos fofinhas #12


Sempre fui sinaleira e com isto quero dizer que tenho muitos sinais no corpo.
Lembro-me de, há uns anos, me ter aventurado, numa tarde de praia, a contar quantos sinais tinha num dos braços. Não cheguei ao número final porque quando atingi o número 30, achei que já eram demasiados sinais para um braço só.
Não sabia que era possível, mas desde o segundo trimestre não param de me crescer sinais. Mais ainda! Será que como é proveniente de uma alteração hormonal vão desaparecer depois ou vieram para ficar?! É que já são demais. Alguns dos sinais que já tinha alargaram durante o primeiro trimestre, ficaram ligeiramente maiores, a partir do segundo trimestre, mas como toda eu estou maior, a coisa é capaz de se compor, mais tarde. Agora, e os outros? Que ainda por cima não são sinais comuns porque tem um ligeiro relevo, muito pequeninos, mas suficientemente grandes para, ao passar com o dedo, sentir-me sempre tentada a coçar com um bocadinho mais de força.
Há por aí alguma alminha que tenha ficado com estes sinais? Se sim, que se manifestem caso eles tenham desaparecido, senão deixem-me continuar na ignorância até perceber por mim própria, quando já estiver em fase menos monstra das bolachas! A gerência agradece.

5 comentários:

  1. Eu. Fiquei com uma data de sinais com relevo, muito pequenos e vermelhos :( Já fui ao dermatólogo, não são nada preocupantes.

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    1. Oh raios! Mais valia teres-me dito isso só daqui a umas semanas... Bem, ao menos não preciso de ir ao "dermatologo" para esclarecer! ;)

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  2. Olha isto: Durante aqueles primeiros meses depois da Ana ter nascido estava completamente anestesiada de amor. Só queria velar pela minha bebé, tratar dela, pegar-lhe ao colo, fotografá-la, contemplá-la a dormir, descobri-la acordada, decorar cada milímetro do seu rosto.
    Quem não tem filhos perceberá se eu explicar da seguinte forma: fixem-se no dia em que se apaixonaram por alguém e nos dias que se seguiram. Sonhavam com a pessoa acordada, o coração batia arritmicamente de cada vez que estavam juntos, construiam guiões sobre como seria o primeiro beijo, a primeira vez, arrepiavam-se quando se sentavam mais perto e sentiam o calor do corpo do outro ali ao lado. É mais ou menos assim. Mas elevado a um expoente máximo.
    A paixão não nos dá tréguas porque aquele ser minúsculo é nosso, nosso sem medo de o perdermos porque nunca deixará de ser nosso mas, ao mesmo tempo, com um medo inqualificável de o perdemos e que algo de mal lhe aconteça. Aquele bebé é nosso para sempre, noite e dia, e o pensamento passa a ser dele num estado de alerta e de vigia permanente. Aqui não se sonha, não se projecta do maravilhoso que vai ser: aqui vive-se e assiste-se, dia-a-dia, numa sucessão de descobertas e momentos únicos em catadupa. Aqui as peles não se arrepiam, reconhecem-se. E os olhos não se fecham quando os beijamos, porque os beijamos mais do que com os lábios, com o corpo, o instinto, a alma, o amor que não se consegue medir. Aqui não se imagina como irá ser, aqui age-se para que tudo o que lhes desejamos possa vir a acontecer.
    Ser mãe da Ana é o papel mais fácil que eu já desempenhei. E é o mais fácil porque vem de dentro, é intrínseco, como se no meu adn viesse essa habilidade: a competência inata de ser mãe, mãe não de um bebé qualquer, mas da Ana. E ser mãe é fácil porque não intelectualizo muito, limito-me a ser. Não se trata de fazer, de pensar, de calcular, de meter mãos à obra, de executar. Trata-se de ser. Só isso, existir.
    E depois dos primeiros meses a certeza de que não é um sonho, é a realidade, a vida e é para sempre. O respirar fundo, o tomar consciência de que serei mais feliz para sempre. Com mais responsabilidades (não obrigações) e receios (não medos) mas, desmesuradamente mais completa, mais feliz.
    Não sei onde estava esta parte de mim antes da minha filha nascer, escondida de certo- a velhaca!- ter-me-ia poupado tantas agruras se me tivesse batido à porta da vida mais cedo. Não sei onde estava o meu eu-mãe antes da Ana nascer mas quero acreditar que estava a amadurecer, a fermentar, a crescer até estar pronto para preencher a minha vida desta forma, tão natural e única, tão corriqueira e especial.
    Por isso, quando me perguntam se ser mãe é difícil, não tenho outra resposta que não esta: ser mãe é extraordinariamente fácil, difícil é ser outras coisas.
    in Quadripolaridades

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    1. Adorei! Deixaste-me arrepiada. Thanks for sharing ;)

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