quarta-feira, 15 de maio de 2013

Ainda a melancolia.


Sem medicação para controlar as contrações, com "maldades"  do médico para começar a preparar o parto e com mais mexidas do que o habitual, que até incluiram uma ida ao supermercado (devidamente acompanhada e sem carregar nada, claro!), só me podia esperar uma noite infernal como a de ontem. Uiii... destas já não as tinha a algum tempo e não tinha saudades nenhumas.
Hoje tinha duas hipóteses: ou acalmava para não sofrer tanto à noite ou continuava o plano que tinha estipulado, com o objetivo de, no dia do parto, ter o trabalho mais facilitado. Pois que não sou mulherzinha que deixe para amanhã o posso fazer hoje e espírito de sacrifício, se houvesse dúvidas que o tivesse, esta gravidez tratou de clarificar. Resultado: esta noite vou descer outra vez ao inferno, mas que desça. Está a terminar esta fase e a começar uma simplesmente maravilhosa e é esse o meu foco.
Apesar de tudo, hoje foi um dia de muita melancolia... nunca fui uma grávida normal, mas dei por mim a imaginar-me uma, a passear, na praia, sem dores e apeteceu-me sorrir... Deve ser tão bom. Sentir a gravidez na sua plenitude, sem estes atrofios que parece que apenas servem para testar o nosso foco.
O fofinho do meu médico diz que uma segunda gravidez não terá de ser igual a esta. Que pode ser completamente diferente e já falei com algumas mamãs que passaram exatamente por isso, pelo que acredito, quero acreditar, que um dia vou ser uma grávida espectacularmente normal e usufruir de cada segundo da gravidez.
Foi igualmente dia de retrospetiva. Do que passei, do que não passei, do que gostava de não ter passado e do que queria ter passado. Apesar de tudo gostei, gosto desta sensação, deste sentimento, deste laço, afecto, ligação que se cria com alguém que ainda não conhecemos, que não sabemos como é, ao que cheira, mas que estamos a criar e que se não fossemos nós não existia. Que vai depender de nós e que será através de nós, que se vai tornar a pessoa que virá a ser. Isto é mágico. Como é que é possível não nos apaixonarmos por este processo?
Já sinto falta e ainda cá tenho a barriga. Pode ser que quando ela nasça, esqueça completamente tudo isto, que não passará duma melancolia de fecho de um ciclo que está mesmo, mesmo, na recta final.

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