O dia D
Capítulo I
Claro que não estava à espera de dormir na véspera. Tenho pânico de dor, agulhas, hospitais, cheiro de hospitais. Desmaio quando vejo sangue e nunca fiz uma grande operação ou algo que se assemelhe. O terror estava mais do que instalado. Por outro lado, sabia que não havia nada a fazer, não podia fugir. Era algo pelo qual tinha de passar e pronto! Decidi concentrar-me (vá, tentar) apenas no resultado final: a bebecas!Estava acordada quando o despertador tocou e fomos, os dois, muito rápidos a despacharmo-nos. Proíbi a família de faltar ao trabalho ou deixar de fazer o quer que fosse pelo facto do processo ser imprevisível e tanto poder demorar duas como 20 horas. Ficava lá apenas o Tiago e que ia comunicando com toda a gente, sempre que necessário. Mas família é família e a minha é especialmente presente, por isso não houve um momento em que não tivesse lá alguém presente, a apoiar à sua maneira. Tão bom!
8h da manhã. Estamos no bloco de partos, a dar entrada. Outra grávida, com o marido exatamente na mesma situação, à exceção que tinha o parto agendado para as 11h. "Uma das vantagens da cesariana", pensei eu de imediato. Apesar de nunca ter desejado uma, as vantagens são claras e o facto de ter a coisa planeada e organizada, é sem dúvida, atraente. Eu, por outro lado, tanto podia estar com a bebecas ao colo em duas horas ou não... simplesmente não sabia o que me esperava.
Entre esperas e falta de quartos (houve uma enchente de partos nos dois dias antes e as saídas eram naquele dia), por volta das 10h estava instalada, num quarto provisório, na pediatria e pronta para iniciar a indução.
Sem comentários:
Enviar um comentário