quarta-feira, 22 de maio de 2013

O dia D

Capítulo II

Seá que a indução doí? O que me espera? Depois desta gravidez atribulada, não acredito que vá passar um parto doloroso. Não sei porquê, mas não acredito. E agarro-me a esse pensamento para acalmar os nervos.
Chega o médico mais fofinho do mundo, com o seu sorriso característico e calma associada. Adoro este homem! Após o toque diz-me que estava bem mais preparada há dois dias atrás. WTF? Mas andei a dar cabo de mim durante dois dias e o resultado foi contrário? Mais uma vez, esta gravidez a fazer sentido... Bem, enfim... vamos mas é lá dar o comprimidinho mágico e que comecem as contrações!
Devidamente registadas, pude confirmar que efetivamente as contrações que se pretendem na hora h foram as que tive ao longo da gravidez e desde muito cedo. Já estava habituada, por isso toda a gente olhava para mim com admiração por estar com contrações e tão descontraída, como se nada fosse, apenas com algumas caretas pelo meio. Não acho que seja nada de anormal da minha parte, apenas habituação ou adaptação.
Passado algum tempo, quando senti as contrações a estabilizarem, achei que se não fizesse nada que aquilo podia durar horas e não estava com disposição para esperar esse tempo todo. Chamei a enfermeira que me disse que podia andar ou usar a bola de pilates. Eh lá, o quê? Pára tudo! Como é que isso da bola funciona? Ok, gostei! Quero a bola! Assim que iniciei os exercícios, houve uma resposta direta do útero. Boa! Estamos no bom caminho. Acho que por este andar, lá para o final da tarde, o assunto deve estar resolvido. Ups... falei cedo de mais, estabilizaram novamente. Raios!
Regresssa o médico fofinho. O colo continua na mesma. Acrescentou oxitocina e rebentou as águas. Caraças! Elevou o trabalho de parto a outro nível. Já não me posso levantar e perdi a disposição para falar. Quero sossego. Com isto tudo já estamos a meio da tarde e eu perdi a esperança de ter a coisa despachada antes da hora de jantar.

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